Comer Bem Para Correr Melhor: A Relação Entre Alimentação e Desempenho Físico Segundo a Ciência

Por Redação | Saúde e Performance | Atualizado em 17/07/2025

Você já tentou praticar exercício em jejum e sentiu tontura? Ou correu depois de um almoço pesado e ficou sem fôlego? Esses são sinais claros do que a ciência já comprovou: a alimentação é determinante para o desempenho físico e para a saúde como um todo.

Muito mais do que uma questão estética ou calórica, a forma como você se alimenta antes, durante e depois da atividade física pode ser a diferença entre evolução e estagnação, entre prazer e sofrimento, entre saúde e lesão.

A seguir, especialistas explicam por que a alimentação é fundamental e como montar uma dieta funcional, acessível e saudável, seja você iniciante na caminhada ou atleta de corrida de rua.


🧬 Por que a alimentação afeta diretamente o rendimento no exercício?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBMEE), o corpo depende de glicose, aminoácidos, eletrólitos e vitaminas para funcionar bem durante o esforço físico. Sem esses elementos, há queda de rendimento, maior risco de fadiga precoce e aumento do estresse fisiológico — o que pode comprometer até o sistema imunológico.

“A alimentação antes do treino é o combustível. A durante, mantém o motor funcionando. A do pós-treino, recupera o que foi gasto e reconstrói o corpo”, explica a nutricionista esportiva Dra. Mariana Barros, mestre pela USP.


⚡ Antes do treino: o que comer?

O foco deve ser em carboidratos de fácil digestão, que garantem energia sem pesar o estômago. Exemplos:

  • Banana com aveia
  • Pão integral com geleia
  • Tapioca com ovo
  • Iogurte com frutas

O ideal é comer entre 45 a 60 minutos antes da atividade, em porções moderadas. Treinar em jejum não é recomendado para iniciantes ou atividades de média/alta intensidade, como corrida e ciclismo. “O corpo sem energia mobiliza reservas de forma menos eficiente, causando tontura, enjoo e queda de performance”, afirma a endocrinologista esportiva Dra. Renata Gama.


💧 Durante o exercício: hidratação e estratégia

Para atividades com mais de 1 hora de duração, como treinos longos de corrida, ciclismo ou trilhas, é essencial manter a hidratação com água ou isotônicos.

Além disso, podem ser usados:

  • Géis de carboidrato
  • Frutas secas (como damasco e uva-passa)
  • Bebidas esportivas com eletrólitos

Esses alimentos ajudam a manter a glicemia e evitam a quebra do rendimento. Segundo a American College of Sports Medicine (ACSM), a desidratação de apenas 2% do peso corporal já compromete a performance física e cognitiva.


🛠️ Após o exercício: reconstrução e recuperação

O pós-treino é o momento de reparar os músculos e repor nutrientes. O ideal é combinar carboidratos e proteínas, como:

  • Arroz, feijão e frango grelhado
  • Omelete com batata-doce
  • Shake de proteína com frutas
  • Pão integral com ovo e queijo

O corpo está mais receptivo nas duas primeiras horas após o exercício, momento em que ocorre maior absorção de glicogênio e síntese proteica.

“A alimentação pós-treino é tão importante quanto o próprio treino, principalmente para quem deseja ganhar massa muscular, perder gordura ou manter-se saudável por mais tempo”, reforça a nutricionista clínica Tatiane Souza.


🧠 Alimentação, cérebro e atividade física: uma via de mão dupla

Uma dieta equilibrada também impacta o cérebro durante os treinos. Nutrientes como triptofano, magnésio, ômega-3 e vitaminas do complexo B estão diretamente ligados à produção de neurotransmissores como:

  • Serotonina: regula humor e sono.
  • Dopamina: melhora a motivação e o foco.
  • Acetilcolina: ligada à memória e coordenação motora.
  • BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro): fortalece conexões neurais e favorece a neuroplasticidade.

Segundo estudo publicado na revista científica Frontiers in Neuroscience, uma alimentação inadequada reduz a plasticidade cerebral e piora a resposta emocional ao esforço físico, o que pode desmotivar o praticante e dificultar a criação de um hábito.


⛔ O que evitar antes da corrida ou treino

Certos alimentos devem ser evitados por causarem digestão lenta ou desconforto gástrico. Veja os principais vilões:

  • Alimentos gordurosos (frituras, carnes vermelhas)
  • Leite integral em excesso
  • Alimentos muito condimentados
  • Alimentos ricos em fibras (como feijão ou brócolis) imediatamente antes do treino

Esses itens podem causar refluxo, gases e sensação de estômago “pesado”, comprometendo o rendimento e até causando náuseas.


📋 Plano alimentar básico para quem se exercita

MomentoAlimento recomendadoObjetivo principal
Pré-treinoBanana + aveia / Tapioca + ovoEnergia rápida e leve
Durante treinoÁgua / isotônico / gel de carboidratoHidratação e manutenção da energia
Pós-treinoArroz + feijão + carne magra / shakeRecuperação e construção muscular

🎯 Conclusão: sem nutrição, não há evolução

Correr, pedalar, caminhar ou levantar peso sem uma alimentação coerente é como tentar dirigir sem combustível. A nutrição é parte essencial do desempenho, da prevenção de lesões e da saúde mental.

Alimentar-se bem é treinar também. Por isso, mesmo que seu objetivo não seja competir ou bater recordes, ajustar a alimentação é um passo fundamental para fazer da atividade física um hábito prazeroso, seguro e sustentável.


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